COLUNISTA

10/01/2021
MINHAS DÚVIDAS

Sinceramente, hoje, tenho muito mais dúvidas do que certezas. Incertezas. Receios. O que acontecerá no mundo, neste ano? Não sei. As vacinas que estão surgindo representam, realmente, a solução dos problemas com a COVID-19? Também não sei. O Brasil se recuperará economicamente, após a tragédia que assolou o mundo no ano passado? Não sei. Duvido que alguém saiba. Os empregos perdidos serão recuperados em curto prazo? Alguém sabe? O que as autoridades andam alardeando – uns a favor, outros contra – é a verdade ou é, simplesmente, um jogo de cena, uma conversa mole pra boi dormir, um engana trouxas? Não tenho nenhuma certeza. Os defensores do ‘fica em casa’ têm certeza de que isso evita a infecção? Juro que não sei. Eu fiquei em casa, eu lavei as mãos umas cem vezes por dia, eu usei máscara, eu só saí para fazer compras necessárias, eu respeitei o distanciamento social, e fui infectado. Coincidência? Azar? Alguém sabe? Essa vacina com 78% de eficácia vai me imunizar realmente ou estarei entre os 22% que não entram nessa eficácia? Não sei.  Depois de bate-cabeça, de brigas políticas, de mortes lamentáveis, o mundo se tornará melhor, com pessoas melhores e mais solidárias? Não sei. Perdão, aqui a dúvida não é tão grande. Tenho quase certeza de que as pessoas não vão melhorar coisa nenhuma. Os desonestos continuarão desonestos, os maus continuarão maus e os bons continuarão bons. Tomara que os desesperados não tenham mais motivo para desespero.

Não vão pensar que só tenho dúvidas. Tenho algumas certezas. Por exemplo, muitos políticos que agora estão se digladiando, quando chegarem as eleições, serão parceiros. Tudo pelo poder. Se virem que é mais fácil chegar ao poder, poderão aliar-se até a satanás. Serão conchavos dos diabos! Alcançado o poder, poderão brigar novamente, poderão lembrar as inimizades do passado. Alguma novidade nisso ou é um filme já visto? Filme de segunda categoria. Café requentado. Comida mal temperada que a gente engole a força.

Tenho outras certezas. Certeza de que a saúde pública no Brasil continuará precária, embora os mandatários jurem que está melhorando ‘a olhos vistos’. Certeza de que a educação escolar brasileira continuará medíocre, embora os ‘especialistas’ alardeiem que estão criando ‘novidades’ para incrementar o aprendizado. Certeza de que casos de corrupção continuarão a ser denunciados. Uns serão desvendados e haverá punições, mas isso não inibirá ninguém, e novos casos continuarão surgindo, cada vez mais alarmantes. Certeza de que a desonestidade será criticada por pessoas indignadas. Até os desonestos, ou principalmente eles, criticarão a desonestidade. Certeza de que os direitistas criticarão os esquerdistas e os esquerdistas, os direitistas. Mas se esquecerão de dizer que tanto a direita pode ser ruim, como a esquerda pode ser ruim. É que pessoas ruins não podem fazer um sistema bom.

Vamos lá, em meio a certezas e incertezas, uma coisa não pode deixar de existir. A esperança de que algo pode mudar. Mas não uma esperança de braços cruzados. Uma esperança criada no trabalho sério, em atitudes positivas.

                                                                                 BAHIGE FADEL


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