Fotos: Valéria Cuter

Aline era evangélica e funcionária de um supermercado na região Leste de Botucatu e foi estrangulada pelo marido que usou  uma braçadeira de plástico conhecida como enforca-gato em setembro de 2019

Pessoas de diferentes segmentos da sociedade botucatuense atenderam a uma convocação para realização de uma manifestação pacífica, idealizada pelo Conselho das Mulheres de Botucatu e as Promotoras Legais Populares, em apoio a familiares da comerciária Aline Aparecida da Silva, assassinada por estrangulamento em setembro de 2019 pelo marido Davi Tobias de Oliveira, na Rua Antônio Corvino, região da Vila Mariana.  

Na audiência foi ouvido um policial, três testemunhas de acusação e três testemunhas de defesa, sendo marcada nova audiência para o dia 11 de maio onde serão ouvidos dois policiais militares e o acusado.

A manifestação aconteceu na tarde desta segunda-feira, dia 27, no mesmo dia da audiência ao juiz da vara criminal. Concentração aconteceu nas imediações do Fórum, na Praça Iole Dinucci Fernandes, Jardim Santa Elisa. Com faixas, cartazes e camisetas as pessoas manifestantes puderam exaltar a indignação com a violência contra as mulheres.

“Essa manifestação objetiva mostrar à sociedade as consequências de um crime dessa natureza e o mal que causa no ambiente familiar tanto por parte da vítima como do autor”, colocou a presidente do Conselho das Mulheres de Botucatu, Isabel Rossi Conte.

“Concentramo-nos aqui para mostrar nossa indignação em relação à violência e a mulher é a maior vítima dela. Por isso convocamos essa manifestação para acompanhar a audiência que não podia passar em branco. Ela simboliza o luto, por isso viemos todos com  roupa preta”, explicou Alex de Oliveira, o “Alex Oreia”, irmão de Aline que ainda sofre com a ausência dela. “Nosso protesto foi silencioso, para não atrapalhar o andamento da audiência, mas nossos corações estavam gritando por justiça”, complementou.

O crime

Aline foi assassinada dia 7 de setembro de 2019 na casa onde morava com o marido, na Rua Antônio Corvino, na Vila Mariana. Movido por uma crise de ciúmes Davi estrangulou a esposa usando uma braçadeira de plástico conhecida como enforca-gato.

O próprio criminoso ligou para a Policia Militar e informou que havia assassinado a mulher. Foi preso em Itatinga, passou pela audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

Desde então Davi se encontra recolhido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Itatinga e, oportunamente,  será julgado por feminicídio por um júri popular. Aline que era evangélica e funcionária de um supermercado na região Leste de Botucatu, foi sepultada em Itatinga.