Estudo procura avaliar a eficácia do imunizante e terá duração estimada de oito meses, incluindo a aplicação das duas doses e o acompanhamento da população que recebeu essas vacinas

Como foi amplamente divulgada a nível nacional, a Cidade de Botucatu foi escolhida para a realização de uma vacinação em massa contra covid-19, o novo coronavírus, como parte do projeto de estudo da vacina produzida pelo laboratório Astrazeneca, Universidade de Oxford e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), elaborado pela parceria entre a Prefeitura Municipal, Ministério da Saúde, Governo Federal, Unesp, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu e Fundação Gates.

Estudo procura avaliar a eficácia do imunizante e terá duração estimada de oito meses, incluindo a aplicação das duas doses e o acompanhamento da população que recebeu essas vacinas. De acordo com o Ministério da Saúde, Botucatu foi escolhida porque reúne uma série de condições que fazem da região o local ideal para esse tipo de análise, que combina testagem em massa e sequenciamento genético da covid-19.  A pesquisa foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

O Ministério da Saúde também destacou que Botucatu já vinha adotando algumas medidas que foram cruciais para o desenvolvimento da pesquisa, como a testagem de todos os sintomáticos de síndromes gripais com o exame RT-PCR. Além da efetividade contra as variantes, o Ministério da Saúde informou que a pesquisa vai servir de subsídio para comparar o quão eficiente foi a vacinação em massa em relação aos outros municípios da região

Sequenciamento genético

O secretário municipal de Saúde, André Spadaro, enfatizou que o ponto mais importante desse estudo é fazer o sequenciamento genético de todos os casos positivos de covid para saber qual é o tipo de vírus que infectou cada pessoa. “Ou seja saber se é o vírus que originou a pandemia ou se é uma cepa variante, tipo a P1 brasileira de Manaus ou outras já identificadas”.

Além disso, prossegue Spadaro, saber como se comporta a infecção para cada tipo de cepa identificada e saber qual a proteção que a vacina tem para cada tipo de vírus, do coronavírus. “E nesse ponto é preciso esclarecer uma etapa importante do estudo e pedir a colaboração de todos para seu bom andamento”.

Spadaro aponta que a partir de agora da mesma forma que vem sendo feito há mais de um ano, “todas as pessoas que apresentarem sintomas gripais devem continuar entrando em contato com a Central Coronavírus ou procurar uma unidade de saúde para colher o teste PCR, aquele que se colhe uma amostra com uma espécie de cotonete introduzido no nariz e na garanta para saber se você está com covid-19”.

Termo de consentimento

O secretário realça que no momento da coleta do teste PCR, além daquele documento de isolamento que precisa da assinatura de quem colhe, é fundamental que todas as pessoas que coletem o teste assinem o termo de consentimento livre e esclarecido conhecido como TCLE.

“É importante ler o termo, esclarecer eventuais dúvidas com a equipe e assinar esse termo de consentimento. Em resumo, a assinatura desse termo de reconhecimento significa que a pessoa que está colhendo o teste PCR, no caso de o teste ser positivo para covid, autoriza a equipe de laboratório de biologia molecular do Hospital das Clínicas da Unesp a fazer o sequenciamento genético e descobrir qual o tipo de vírus, qual a cepa que contaminou aquela pessoa”.

Um detalhe importante citado por Spadaro é que o sequenciamento é feito com o mesmo material colhido no teste PCR. “Não é preciso fazer mais nada, apenas autorizar as equipes de estudo a fazer o sequenciamento genético do mesmo material que foi colhido para saber se a pessoa estava infectada pelo novo coronavírus”.

Colaboração fundamental

Ele lamenta que, Infelizmente hoje, por falta de conhecimento ou desconfiança em relação a este documento, algumas pessoas tem se recusado a assinar a autorização do sequenciamento genético no caso de o teste dar positivo.

“Sem a colaboração de todos, sem essa autorização e a assinatura do termo de consentimento, o estudo poderá ficar comprometido e numa situação extrema, o mesmo venha a ser interrompido. Tivemos o grande privilégio da vacinação em massa em Botucatu e agora é o momento de todos contribuírem com as respostas esperadas deste estudo pelo Ministério da Saúde e pela comunidade científica internacional”.

Spadaro finaliza: “Peço a colaboração de todos. Sempre que for colher um teste de PCR com sintomas suspeitos ou por terem contatos próximo a casos de covid auxiliem nossas equipes com a leitura do termo de consentimento, tirem suas dúvidas e participem do estudo através da assinatura do termo de consentimento e esclarecido que autoriza o sequenciamento genético no caso de o resultado testar positivo para covid. Vamos todos fazer jus ao benefício da vacinação em massa ocorrida em Botucatu”.