Última vez que dom Maurício esteve em Roma foi em 2009, quando foi recebido por Bento XVI, atual papa emérito
Participam da visita o arcebispo de Botucatu, dom Maurício Grotto de Camargo e os bispos das chamadas dioceses sufragâneas (Araçatuba, Assis, Bauru, Lins, Marília, Ourinhos e Presidente Prudente) junto com todos os bispos das outras dioceses do estado
Gesiel Júnior - Especial para A Tribuna de Botucatu
Entre os dias 19 e 23 deste mês, os bispos de várias dioceses paulistas, entre as quais a Arquidiocese de Botucatu, participam da visita “ad limina Apostolorum”, em Roma. Esse evento remonta a uma antiga tradição que consiste na peregrinação que os bispos fazem periodicamente “ao limiar dos Apóstolos” – daí vem o nome –, isto é, ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo e para se encontrar com o sucessor de Pedro, o papa.
Participam da visita o arcebispo de Botucatu, dom Maurício Grotto de Camargo e os bispos das chamadas dioceses sufragâneas (Araçatuba, Assis, Bauru, Lins, Marília, Ourinhos e Presidente Prudente) junto com todos os bispos das outras dioceses do estado. A previsão é de que o arcebispo de Botucatu seja recebido pelo papa Francisco na próxima sexta-feira, 23 de setembro. Será a primeira audiência privada do atual arcebispo com o pontífice argentino.
Essa visita acontece a cada cinco anos. No entanto, a última vez que os bispos do estado a realizaram foi em 2009, ainda no pontificado do papa Bento XVI. A seguinte estava prevista para acontecer entre 2014 e 2015, visto que as visitas dos prelados brasileiros tomam praticamente o ano todo, pois passam de 300.
Entretanto, com a eleição do papa Francisco, em 2013, que teve um início de pontificado marcado por inúmeras viagens e outros compromissos, a “ad limina” foi adiada para 2020. A pandemia de Covid-19, porém, obrigou um novo adiamento.
Programa
A programação da visita se desenvolve em três momentos fundamentais. Em primeiro lugar, a peregrinação aos túmulos de São Pedro e São Paulo, colunas da Igreja, junto aos quais os bispos celebram a Eucaristia.
A veneração e a peregrinação às relíquias dos apóstolos Pedro e Paulo são praticadas desde a remota antiguidade cristã e mantêm o seu profundo significado espiritual e de comunhão eclesial.
Além de celebrarem nas basílicas de São Pedro e São Paulo, os bispos também costumam celebrar nas basílicas de Santa Maria Maior, onde se encontra o antigo ícone de Maria Salus Populi Romani, e de São João do Latrão, catedral da Diocese de Roma.
O segundo momento significativo é o encontro pessoal dos bispos com o papa, no qual tratam das questões relativas à vida das dioceses.
Comunhão com Pedro
“O encontro com o sucessor de Pedro, primeiro guarda do depósito de verdade transmitido pelos apóstolos, tem como objetivo ressaltar a unidade da própria fé, esperança e caridade e a fazer conhecer e apreciar o imenso patrimônio de valores espirituais e morais que toda a Igreja, em comunhão com o Bispo de Roma, difundiu em todo o mundo”, salienta o Diretório da Visita ad limina.
O terceiro compromisso é o contato com os vários Dicastérios da Cúria Romana, órgãos da Igreja que ajudam diretamente o papa no pastoreio da Igreja. Esse encontro nos dicastérios permite aos bispos conhecerem melhor a estrutura organizativa da Santa Sé, dos quais recebem orientações pastorais e administrativas para as dioceses sob seus cuidados.
Relatórios
A visita “ad limina” é antecedida pelo envio de um relatório quinquenal elaborado por cada bispo sobre a situação de sua diocese. Esse relatório abrange as questões administrativas, o ministério do bispo, o funcionamento da Cúria Diocesana, a vida dos sacerdotes, a situação dos seminários e das vocações, congregações religiosas, as celebrações litúrgicas, os ministérios leigos, a catequese, as escolas católicas, as pastorais e movimentos, as relações ecumênicas, a presença da Igreja nos meios de comunicação e o relacionamento com o poder público, entre outras questões.
Esse relatório é dividido pelos dicastérios, de modo que os órgãos da Cúria Romana tenham essas informações como base para o diálogo com os bispos. Essa é também uma ocasião de cada diocese avaliar periodicamente sua vida e missão evangelizadora.