Professor da Unesp de Botucatu diz em Brasília que recuperar a confiança nas vacinas é prioridade
28/11/2022
Professor da Unesp de Botucatu diz em Brasília que recuperar a confiança nas vacinas é prioridade

Cinco ex-ministros da Saúde marcaram presença: o senador Humberto Costa, o deputado federal Alexandre Padilha, Arthur Chioro, José Gomes Temporão e José e o presidente Lula participou por meio de videoconferência, direto de São Paulo

 

O médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, vice-chefe do Departamento de Infectologia, Dermatologia, Diagnóstico Por Imagem e Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/UNESP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, participou na quinta-feira (24) da reunião entre o grupo técnico da saúde no governo de transição, líderes de entidades médicas e cinetíficas e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.  

O encontro, de cerca de três horas, ocorreu na sede da Fiocruz, em Brasília, mas Lula participou por meio de videoconferência, direto de São Paulo. Cinco ex-ministros da Saúde marcaram presença: o senador Humberto Costa, o deputado federal Alexandre Padilha, Arthur Chioro, José Gomes Temporão e José Agenor.   

Durante o encontro os técnicos apresentaram um diagnóstico do atual cenário da pandemia de Covid-19 no Brasil e colocaram em discussão os motivos que levam parte da população a não se vacinar contra essa e outras importantes doenças. São usados como exemplos, os índices de imunização contra sarampo e poliomielite, doenças graves e que segundo a OMS correm sério de risco de serem reintroduzidas no país. Ainda assim, a taxa de população imunizada não ultrapassa 70%. 

A primeira recomendação feita à equipe de transição foi reforçar o discurso sobre a importância da vacinação. O principal plano é fazer com que o povo brasileiro volte a confiar no Programa Nacional de Imunização (PNI). Afastar o risco da volta de doenças erradicadas, segundo Naime,  passa por uma ação coordenada pelo Ministério da Saúde, com a participação de estados e municípios, desenvolvendo campanhas com discurso bastante assertivo.

“O Ministério da Saúde precisa reassumir o protagonismo na comunicação com a população. Durante esses últimos anos quem cumpriu o papel de defender a ciência e as vacinas foram as sociedades médicas, a Fiocruz, o Instituto Butantã. As vacinas atuais continuam altamente efetivas naquilo que é mais importante que é evitar hospitalização e óbito. Por isso nossa primeira recomendação ao governo de transição foi reforçar o discurso das doses de reforço para aquelas pessoas que são elegíveis para D3, para as pessoas mais idosas a D4 para imunossuprimidos até a D5. Esse é o ponto principal”, cita o especialista.

Naime destacou que a reunião trouxe otimismo porque foi aberto espaço para que as autoridades e  profissionais pudessem expor suas opiniões sobre o atual momento e as perspectivas para a saúde brasileira. “Para nós que produzimos ciência, que fazemos medicina no Brasil, foi um encontro de muito otimismo. Um momento em que fomos ouvidos. Nos traz alento ver que a primeira fala do presidente eleito é no sentido de firmar um compromisso, logo nos primeiros dias de governo, de ter um novo olhar e reforçar a importância da vacinação junto a população. Reconquistar a confiança que foi muito atacada durante esses anos de pandemia.. O que mais aconteceu durante a pandemia da Covid-19 nos últimos anos foi uma completa surdez em relação ao discurso científico, às boas práticas em medicina”.

Assessoria de Comunicação e Imprensa - ACI/FMB


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