Infectologista do HC da Unesp de Botucatu diz que variante Ômicron exige momento de cautela
13/12/2021
Infectologista do HC da Unesp de Botucatu diz que variante Ômicron exige momento de cautela

Fortaleza explica que ainda não é possível afirmar se a variante Ômicron é mais letal, porém é mais transmissível que todas as outras cepas de covid-19

 

Nos últimos 30 dias o mundo ficou em estado de alerta com o surgimento da nova variante do vírus Sars-Cov2, denominada Ômicron. Afinal, o que se sabe até agora sobre a nova Cepa? Ela é mais transmissível e letal? É possível haver um escape vacinal?

O médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), Dr. Carlos Magno C. B. Fortaleza, explica que “o que causou espanto foi a velocidade com que ela chegou e se espalhou pela África do Sul”, lembra.

Dados oficiais apontam que a nova Cepa se originou em Botsuana, no Sul da África, no mês de novembro, e se disseminou pelo continente Europeu em seguida. “Já se sabe que uma semana antes de ela (variante) ser identificada na África do Sul já estava na Europa, o que mostra que o surgimento se deu uma ou duas semanas antes do que se pensa”, frisa Dr. Carlos.

Ainda não é possível afirmar se a variante Ômicron é mais letal, porém Dr. Fortaleza explica que ela possui elevada capacidade de transmissão. “Nós podemos dizer que ela é mais transmissível que todas as outras (cepas)”, pontua o especialista.

 

Vacinas

Em relação à capacidade da vacina neutralizar a ação da nova variante, o infectologista do HCFMB lembra que nos próximos dias deverão ser apresentados resultados oficiais dos testes em andamento. “É provável que ela (imunização) exista mesmo que seja parcial”, diz.

“É a Cepa com mais mutações já vista até o momento e estas mutações são preocupantes porque são mutações da espícula (parte do vírus que se conecta e infecta a célula humana)”.

Os anticorpos da vacina são principalmente contra a espícula do vírus. A mutação da espícula pode ocasionar “maior velocidade de entrada na célula humana, que reverte em maior transmissibilidade, e um possível escape vacinal”, explica Dr. Fortaleza.

“Enquanto estivermos com 30, 40% da população não vacinada teremos o vírus circulando muito e acometendo algumas pessoas vacinadas, ao passo que quando temos 80, 90% da população vacinada o vírus não circula e até mesmo os que não se vacinaram estão protegidos”, explica.

Por - Vivian Abilio


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