Professora Rejane Grotto diz que o cenário atual requer maior atenção da comunidade
Especialista alerta que algumas pessoas realizam o autoteste e não notificam as autoridades e alguns têm sintomas gripais, mas não procuram os serviços de saúde, sendo que este cenário favorece o desvirtuamento do cenário epidemiológico
O Laboratório de Biotecnologia Aplicada (LBA) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), por meio de seu Laboratório de Biologia Molecular (LBM), identificou, até o momento, 17 amostras com as subvariantes BQ.1 e BQ1.1, de covid-19. Destas amostragens três são de Botucatu e as demais de diferentes localidades do Estado de São Paulo. O registro das subvariantes em Botucatu ocorreu no dia 12 de novembro, data em que se realizou o seqüenciamento genético.
Para a Coordenadora do LBA do HCFMB, professora Rejane Maria Tommasini Grotto, o cenário atual requer maior atenção da comunidade. “Precisamos lembrar que, em dezembro de 2021, tínhamos um índice de transmissibilidade de 0,5. Hoje, no Estado, registramos 1,3, sendo que acima de 1 é considerado preocupante”, lembra.
De acordo com a docente, todos os municípios que possuem unidades universitárias da Unesp estão com o índice de transmissibilidade acima de 1. “Isto não é uma realidade apenas da capital, está espalhado em todo o Estado”.
Outro aspecto importante levantado pela Coordenadora do LBA do HCFMB são as subnotificações. Professora Rejane lembra que algumas pessoas realizam o autoteste e não notificam as autoridades e alguns têm sintomas gripais, mas não procuram os serviços de saúde. Este cenário favorece o desvirtuamento do cenário epidemiológico.
“Não temos tido casos graves e o número de óbitos ainda é pequeno, mas são indicadores preocupantes”, destaca professora Rejane. A docente explica que “essa linhagem tem um leve escape da resposta imunológica e quem tem as quatro doses é quem está bem protegido”, finaliza.
O LBA do HCFMB integra a Rede de Vigilância Genômica (Vigenômica) da Unesp, que tem por objetivo desenvolver e implementar protocolos e procedimentos para a identificação e monitoramento das variantes do vírus SARS-CoV-2, e eventualmente outros patógenos, nas regiões do interior do estado de São Paulo onde a Unesp tem unidades universitárias.
Por - Vinícius dos Santos