Agosto Branco é o mês de conscientização do câncer de pulmão em pacientes com fatores de risco
30/08/2023
Agosto Branco é o mês de conscientização do câncer de pulmão em pacientes com fatores de risco

Iniciativa faz parte de um projeto de pesquisa com duração de dois anos que tem buscado identificar precocemente a doença em indivíduos acima dos 55 anos de idade

 

Uma doença agressiva e silenciosa que acomete cada vez mais pessoas jovens (entre 45 e 55 anos de idade). É dessa forma que pode ser classificado o câncer de pulmão, o que mais mata no mundo, o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

O Ambulatório de Nódulos Pulmonares do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) é um serviço especializado e recebe pacientes do Departamento Regional de Saúde (DRS-VI) e de Botucatu para rastreamento de câncer de pulmão em pacientes com fatores de risco.

 “Temos visto muitos pacientes jovens chegando com casos avançados, porque o câncer de pulmão não apresenta sintomas. Quando o tumor está grande e comprime vias aéreas ou causa dor, o indivíduo tem uma lesão significativa que, na maioria das vezes, não é mais operável”, explica a cirurgiã torácica do HCFMB, Drª Ivana Teixeira de Aguiar.

 

Projeto de Pesquisa

O Serviço de Cirurgia Torácica (Ambulatório de Nódulos Pulmonares), o Serviço de Pneumologia e o Programa de Cessação de Tabagismo do HCFMB uniram-se com o objetivo de rastrear possíveis casos de câncer de pulmão.

A iniciativa faz parte de um projeto de pesquisa com duração de dois anos que tem buscado identificar precocemente a doença em indivíduos acima dos 55 anos de idade. “Mais de 80% dos pacientes são diagnosticados tardiamente com o câncer de pulmão”, lembra a cirurgiã torácica do HCFMB, Drª Isadora Rubira Furlan.

“As pessoas que passam pelo Ambulatório de Cessação de Tabagismo são abordadas e convidadas a participar do rastreio com tomografia, se estiver dentro dos critérios de inclusão”, explica Drª. Ivana.

De acordo com os resultados dos exames, a equipe médica decide pelo acompanhamento com tomografia, biópsia ou encaminhamento para os profissionais responsáveis pelo tratamento de outras condições diagnosticadas.

Além disso, o “Programa Inspire Saúde Respiratória”, iniciativa que visa rastrear, informar, monitorar e educar pessoas que apresentem ou possam apresentar problemas respiratórios, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e o câncer de pulmão, tem direcionado indivíduos com necessidade de seguimento especializado para o Ambulatório de Nódulos Pulmonares.

 

Prevenção, sinais e tratamento

A forma mais eficaz de combate ao câncer de pulmão é a informação. Por isso, o Agosto Branco, mês de conscientização sobre a prevenção do problema, busca disseminar dados sobre a doença. 

Drª Isadora recorda que o período da pandemia contribuiu para o diagnóstico precoce do câncer. “Os pacientes faziam tomografia em função da COVID e identificávamos lesões suspeitas com a possibilidade cirúrgica”, diz.

O número de pacientes jovens diagnosticados com câncer de pulmão tem crescido nos últimos anos, de acordo com as estimativas internacionais. O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença, por isso o Agosto Branco tem o objetivo de alertar os fumantes para deixar esse hábito tão prejudicial, principal forma de prevenção do câncer de pulmão.

Quando o indivíduo é diagnosticado com o câncer de pulmão, dependendo do estágio em que o tumor está, o tratamento é cirúrgico e associado com a quimioterapia e radioterapia (nem sempre nessa ordem). Há casos em que o paciente é inserido no contexto dos cuidados paliativos em virtude do avanço da doença. “Dor, falta de ar e tosse com sangue podem ser sinais de câncer de pulmão, e, muitas vezes, em um estágio avançado”, finaliza Drª Isadora.

Por - Vinícius dos Santos


CURTA NOSSO FACEBOOK

PREVISÃO DO TEMPO

© Tribuna de Botucatu todos os direitos reservados.