Policial aposentado acusado de matar casal a tiros é recolhido ao presídio após o trabalho pericial
20/07/2020
Policial aposentado acusado de matar casal a tiros é recolhido ao presídio após o trabalho pericial

Foto - Divulgação

 

A perícia técnica constatou divergências entre fotos e relatos do acusado com o levantamento feito no local e a suspeita é que o PM tenha alterado a cena do crime

 

Divergências entre a versão do acusado e levantamentos da perícia levaram a Polícia Civil de Ourinhos a autuar o policial militar aposentado, cabo Washington Luís Sá Freire Paulino, de 55 anos, por duplo homicídio por motivo fútil.

Ele é acusado de matar a tiros o pedreiro Júlio Barbosa, de 40 anos e a companheira dele, Aline Aparecida Balbino, de 31 anos, em uma chácara localizada nas proximidades da usina hidrelétrica em área de ranchos, em Ourinhos, próximo ao rio Paranapanema.

De acordo com apurações da investigação, o policial reformado é o dono da propriedade onde o crime aconteceu e teria contatado o pedreiro para a reforma na propriedade. A companheira de Barbosa teria ido em seguida, para ficar com ele. Por motivos que ainda não foram, devidamente, esclarecidos o policial e o casal estavam fazendo um churrasco, até então amigável, com uso de bebida alcoólica e se desentenderam.

O suspeito relatou à polícia que, após a discussão o pedreiro e sua companheira se recolheram no interior da residência e ele teria ficado do lado de fora. Mais tarde, ainda segundo a versão do autor, ele teria tentado entrar na casa e ao acender a luz o pedreiro tentou atingi-lo com uma faca. Ele sacou a arma e disparou um tiro que atingiu o braço esquerdo da vítima.

Os dois teriam entrado em luta corporal e o policial atirou outras duas vezes contra o pedreiro. A mulher, ainda de acordo com o relato do acusado, que estava em um colchão no chão, também tentou atingi-lo com outra faca e três tiros foram disparados contra ela. O casal morreu no local.  Após o crime, o PM trancou a casa e se apresentou ao Batalhão, onde foi preso em flagrante e ficou à disposição da justiça. Os corpos foram submetidos a exame necroscópico no Instituto Médico Legal (IML) de Ourinhos.

 

Versões divergentes

A perícia técnica constatou divergências entre foto e relatos do acusado com o levantamento feito no local e a suspeita é que o PM tenha alterado a cena do crime. Júlio estava deitado no colchão de barriga para cima, com o braço direito estendido, com uma faca encostada na palma da mão direita e com as pernas um pouco fora do colchão e Aline, não estava como na foto que foi apresentada. Ela estava descoberta, em posição “fetal”, lateral, com as costas apoiadas na parede, sendo que entre o seu corpo e a parede, estava a outra faca (que na foto estava ao seu lado no colchão).

De acordo com a vistoria, apesar da aglomeração de objetos e sacos de roupas no quarto, não havia sinais de luta em outras partes do quarto, bem como em outras partes da casa. As facas que estavam na mão de Júlio e atrás de Aline, são típicas de pessoas que as adquirirem para coleção e não uso rotineiro, estando em estado de pouco uso e limpas.

Segundo o registro policial, o médico legista informou que o PM aposentado não apresentou lesões corporais visíveis que comprovem a luta relatada por ele. As cápsulas e a arma de fogo do PM foram apreendidas. De acordo com o BO, a arma apresenta registro regular na Polícia Militar.

Após analisar as versões, o delegado Valdir Alves de Oliveira ratificou a voz de prisão a Washington, que foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes e, oportunamente, deverá ser julgado por um júri popular.


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