Salto de aluno termina em morte em Cidade considerada a capital nacional do paraquedismo
01/08/2022
Salto de aluno termina em morte em Cidade considerada a capital nacional do paraquedismo

Foto - Reprodução

Delegado que investiga o caso diz que há problemas no esquema de segurança do paraquedismo em Boituva, e conseguiu que a Justiça suspendesse os saltos sobre a cidade

 

Este mês, um salto de paraquedas em um dos maiores centros de paraquedismo do país, o de Boituva, saiu do controle e terminou com a morte de um aluno, Andrius Pantaleão, um empresário de São Bernardo do Campo.

Um vídeo gravado pela câmera presa ao capacete do instrutor de Andrius, mostra em detalhes o que aconteceu. O rapaz, que ainda estava na metade do curso, fazia o terceiro salto da vida, ainda acompanhado, quando se lançou do avião e, pouco depois, é segurado pela manga pelo instrutor, que verifica se está tudo ok

Andrius mostra saber a posição da manopla que comanda o paraquedas, na base da mochila, e o instrutor solta o aluno para a manobra de estabilização. O aluno começa bem, mas logo começa a girar. Caindo a mais de 200 km/h, ele tem pouco tempo para se estabilizar, e não dá certo. Ele vai girando cada vez mais depressa.

O instrutor chega perto, agarra Andrius pela perna, mas não consegue segurar por muito tempo. O aluno se afasta, sem parar de girar; o chão está cada vez mais perto. O instrutor abre o próprio paraquedas e o aluno não aparece mais nas imagens. Ele despencou em queda livre por cerca de 2.000 metros, até bater no portão de uma casa de Boituva.

Um inquérito policial vai tentar responder o que aconteceu durante o salto de Andrius. O delegado que investiga o caso diz que há problemas no esquema de segurança do paraquedismo em Boituva, e conseguiu que a Justiça suspendesse os saltos sobre a cidade, que se orgulha de ser a capital brasileira do paraquedismo.

"As entidades, as associações federais, confederações, elas acabam por fazer as suas próprias regras. Mas em relação ao paraquedismo, eu entendo que esse esporte é um pouco mais, senão muito mais, arriscado que os demais. Por essa razão, tem que ser tratado de uma forma diferente. Então, há necessidade de uma regulamentação desse esporte", defende Emerson Jesus Martins.

O prefeito de Boituva diz que a cidade de mais de 60 mil habitantes cresceu em torno do paraquedismo e, hoje, depende do esporte. Ele quer a volta dos saltos, propõe melhorar a infraestrutura do centro, e até pensa em mudar a pista de lugar.

"Nós identificamos aqui, dentro da própria área da cidade, uma área que tem a extensão para se instalar uma pista e se fazer a conversão. Só que isso é a médio e longo prazo; não é de imediato. Porque tem toda a infraestrutura, não é? A aprovação dos órgãos competentes e toda a infraestrutura para ser implementada", afirma Edson Marcusso, do Cidadania.

Só nos últimos seis meses, aconteceram na cidade mais de 80 mil saltos, praticamente um e meio para cada habitante da cidade. Infelizmente, o número de acidentes fatais também aumentou.

Fonte - G1


CURTA NOSSO FACEBOOK

PREVISÃO DO TEMPO

© Tribuna de Botucatu todos os direitos reservados.