Brasil está de luto com a perda de Gal Costa e Rolando Boldrin, dois dos maiores ícones da música
09/11/2022
Brasil está de luto com a perda de Gal Costa e Rolando Boldrin, dois dos maiores ícones da música

Rolando Boldrin entrou para a história da cultura brasileira como um dos um dos grandes compositores, intérpretes e divulgadores da música brasileira "raiz"

 

Foto - Divulgação

Nesta quarta-feira (9), a música popular brasileira (MPB) perdeu dois de seus maiores ícones: Gal Costa (77 anos) e Rolando Boldrin (86 anos). Os dois tem uma extensa gama de serviços prestados à cultura brasileira. Conheça um pouco da trajetória desses dois “monstros”.

 

                                                                                      Rolando Boldrin

Nascido em 22 de outubro de 1936, Rolando Boldrin entrou para a história da cultura brasileira como um dos um dos grandes compositores, intérpretes e divulgadores da música brasileira "raiz".

O sétimo filho de uma família de doze irmãos deixou a cidade São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, aos 16 anos em busca do sonho de ser artista e se tornou ator de filmes premiados e de novelas vistas no Brasil inteiro e até no exterior, além de se tornar compositor, cantor, apresentador e um grande contador de histórias.

Entre a década de 1950 e 1980, ele trabalhou em novelas da Band, RecordTV e Tupi, como as tramas "A Muralha", "Pé de Vendo", entre outras, e conviveu ao lado de artistas importantes, como Lima Duarte, Laura Cardoso e Dionísio Azevedo. Seu último trabalho na TV foi na novela "Os Imigrantes" (Band).

A veia artística também alçou o paulista na carreira musical. Ele fez a sua estreia na música em 1960 como um participante do disco de Lurdinha Pereira, que viria a se tornar sua mulher mais tarde.

Além de lançar seu primeiro álbum solo em 1974, "O Cantadô", o artista fez sucesso no país com as músicas "Eu, a viola e Deus", "Acorda, Maria Bonita", Moda do fim do mundo", entre outras canções.

Já como apresentador de TV, Boldrin estreou na década de 80 e esteve à frente dos programas Som Brasil, (TV Globo), Empório Brasileiro (Band) e Empório Brasil (SBT). Sua última atração foi o "Sr. Brasil", na TV Cultura.

Rolando Boldrin também foi homenageado como tema do desfile da Pérola Negra no Carnaval de São Paulo, em 2010. Com o enredo "Vamos tirar o Brasil da gaveta", a escola de samba da Vila Madalena. Ao seu site oficial, Rolando Boldrin se definia como um "homem de muitos talentos e muita personalidade".

 

                                                                                          Gal Costa

Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em Salvador, na Bahia. Ela começou a cantar na adolescência, em festas escolares; ainda jovem, Gal trabalhou em uma loja de discos, onde conheceu a bossa nova.

Em 1964, ela se juntou a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé e outros, no espetáculo Nós, Por Exemplo, que inaugurou o Teatro Vila Velha, em Salvador.

A primeira gravação se deu no disco de estreia de Maria Bethânia (1965): o duo Sol Negro (Caetano Veloso), seguido do primeiro compacto, com as canções Eu vim da Bahia, de Gilberto Gil, e Sim, foi você, de Caetano Veloso. Ambas as obras foram lançadas pela RCA, que posteriormente se transformou em BMG (atualmente Sony BMG) – gravadora à qual Gal retornaria em 1984, com o álbum Profana.

Em 1968, Gal gravou duas músicas do álbum do Tropicália ou Panis et Circencis, lançado por ela, Caetano, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé. A cantora também esteve presente no 4º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, com a música Divino Maravilhoso, com a qual conquistou o terceiro lugar do concurso. No ano seguinte, mais dois álbuns foram lançados, Gal Costa e Gal, com músicas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

Durante o período de ditadura militar no Brasil, a artista tornou-se representante do tropicalismo no país. Com o álbum Fa-Tal: Gal a Todo Vapor, gravado ao vivo, a cantora reforça a sua representatividade dentro do tropicalismo, enquanto os seus parceiros Caetano e Gil estavam exilados.

Em 1993, Gal lançou o premiado disco O sorriso do gato de Alice, produzido por Arto Lindsay, com o sucesso Nuvem Negra (Djavan). A partir desse disco, produziu o show de mesmo nome, com direção de Gerald Thomas; a apresentação causou polêmica após a cantora aparecer com os seios à mostra enquanto entoava a música Brasil.

Ao longo de seus mais de 55 anos de carreira, Gal lançou 43 álbuns, 12 DVDs e 16 participações especiais na televisão. Já foi indicada cinco vezes ao Grammy Latino e foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira (2016), na categoria de Melhor Cantora.


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