Imperatriz Leopoldinense com fábula sobre Lampião, o Rei do Cangaço, é campeã do carnaval 2023 do Rio
22/02/2023
Imperatriz Leopoldinense com fábula sobre Lampião, o Rei do Cangaço, é campeã do carnaval 2023 do Rio

Foto - Divulgação

Escola de Ramos retratou a vida e a morte do jagunço, barrado no inferno e no céu, à luz da cultura do cordel e num Nordeste multicolorido contando com 3 mil componentes divididos em 24 alas, com cinco carros e dois tripés

 

A Imperatriz Leopoldinense é a grande campeã do carnaval 2023 no Rio de Janeiro. A Verde e Branca de Ramos chegou ao nono título da história apenas um ano depois de regressar ao Grupo Especialem 2019, foi rebaixada para a Série Ouro, conquistou em 2020 o acesso e reestreou na elite em 2022, quando ficou em 10º lugar.

A vitória, 22 anos depois da última conquista, veio com uma divertida fábula sobre Lampião, o Rei do Cangaço. Leandro Vieira, que conquistou seu terceiro campeonato no Grupo Especial, retratou a vida e a morte do jagunço, barrado no inferno e no céu, à luz da cultura do cordel e num Nordeste multicolorido.  O desfile da Imperatriz contou com 3 mil componentes divididos em 24 alas, com cinco carros e dois tripés.

No abre-alas, Lampião aparecia em seu cavalo sobre uma reprodução colorida do Sertão, com bois, cactos e grandes crânios bovinos. Como destaque, Matheus Nachtergaele e Regina Casé como Lampião e Maria Bonita.

Nas primeiras alas, a escola costurou a vida de Lampião e seu bando com cultura popular nordestina da época, com beatos, repentistas, cordelistas, carpideiras e mamulengueiros.

As desventuras do cangaceiro, pelo menos em vida, já terminaram no segundo carro. Não menos colorida que a primeira, a alegoria mostrava a morte do bando pela polícia. Desse momento em diante, a Imperatriz assumiu um tom vermelho pra narrar a jornada de Lampião ao inferno.  Lá, o próprio Cramulhão pede que seus demônios impeçam a entrada do cangaceiro.

A partir do terceiro carro, a escola adota o azul como cor majoritária na subida aos céus. Apesar de um lugar de paz, os santos começam uma grande batalha para expulsá-lo de lá, como foi contado no quarto carro.  Na última alegoria, que celebrava a herança cultural de Lampião, o destaque era Expedita Ferreira da Silva, filha do casal celebrado no desfile.

 

Classificação final

  1. Imperatriz Leopoldinense: 269,8
  2. Unidos do Viradouro: 269,7
  3. Unidos de Vila Isabel: 269,3
  4. Beija-Flor de Nilópolis: 269,2
  5. Estação Primeira de Mangueira: 269,1
  6. Acadêmicos do Grande Rio: 268,6
  7. Acadêmicos do Salgueiro: 268,5
  8. Paraíso do Tuiuti: 268,3
  9. Unidos da Tijuca: 268,2
  10. Portela: 267,7
  11. Mocidade Independente de Padre Miguel: 266,6
  12. Império Serrano: 265,6

A Imperatriz liderou a apuração de ponta a ponta e, de Evolução em diante, ficou isolada na primeira colocação. A escola só perdeu dois décimos entre as notas válidas: um em Comissão de Frente e um em Evolução. Nas últimas notas, um susto: a distância de três décimos para a Viradouro caiu para um. Se Ramos tivesse levado três 9,9, o título iria para Niterói.

 

Títulos da Imperatriz

  1. O quê que a Bahia tem? (1980)
  2. O teu cabelo não nega (1981)
  3. Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós! (1989)
  4. Catarina de Médicis na Corte dos Tupinambôs e Tabajeres (1994)
  5. Mais vale um jegue que me carregue, que um camelo que me derrube… lá no Ceará! (1995)
  6. Brasil, mostra a sua cara em… Theatrum Rerum Naturalium Brasiliae (1999)
  7. Quem descobriu o Brasil, foi seu Cabral, no dia 22 de abril, dois meses depois do carnaval (2000)
  8. Cana-caiana, cana roxa, cana fita, cana preta, amarela, Pernambuco… quero vê descê o suco na pancada do ganzá (2001)
  9. O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida (2023)

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