Câmara de Pardinho vota pedido de cassação do prefeito acusado de infração político-administrativa
02/06/2023
Câmara de Pardinho vota pedido de cassação do prefeito acusado de infração político-administrativa

Foto - Reprodução

A CPI analisou o envolvimento do prefeito no caso de uma servidora do Departamento Financeiro que transferiu quase R$ 60 mil dos cofres do município para a própria conta

 

Os vereadores de Pardinho se reuniram na manhã desta sexta-feira (2) em sessão extraordinária para votar pedido de cassação do mandato do prefeito José Luís Virgínio dos Santos (Cidadania).

O chefe do executivo é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou denúncia de prática de infração político-administrativa. A CPI foi aberta no dia 16 de março e os vereadores tinham 90 dias para concluir as investigações.

A CPI analisou o envolvimento do prefeito no caso de uma servidora do Departamento Financeiro que transferiu R$ 58.634,85 dos cofres do município para a própria conta. A prefeitura já havia aberto um processo administrativo disciplinar para apurar a ação da servidora.

Conforme a denúncia, o prefeito teria autorizado a transferência do valor, por isso a Câmara de Vereadores abriu a comissão para investigar a suspeita de infração de José Luís.

O procedimento começa nesta sexta-feira e deve se estender pelo fim de semana, já que a defesa do prefeito pediu a leitura de todo o relatório da CPI, que tem mais de 2 mil páginas.

 

O Caso

De acordo com a servidora, responsável pela tesouraria da administração municipal, a transferência realizada no dia 30 de setembro de 2022 seria o pagamento de uma ação trabalhista que ela moveu contra a prefeitura a respeito de férias acumuladas que não teria recebido. O processo foi julgado procedente pela Justiça.

No entanto, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região de Botucatu intimou, no dia 9 de fevereiro, a Câmara Municipal de Pardinho a tomar providências sobre a ocorrência no âmbito administrativo da Prefeitura.

Segundo o documento, a servidora teria feito a transferência para a própria conta corrente, no valor aproximado de R$ 60 mil referente à ação, "não obedecendo a ordem cronológica para pagamento". A participação da própria reclamante na transferência caracteriza "conduta grave", de acordo com a Juíza do TRT.

Ainda consta no despacho que todo o processo ocorreu sem manifestação de defesa por parte da Prefeitura de Pardinho, e que pagamento se deu mediante autorização de empenho. Todo pagamento feito por órgão público deve ser realizado mediante autorização do ordenador de despesa.  A Prefeitura nomeou, no dia 9 de fevereiro, uma Comissão Processante para investigar o caso.

Em nota, a defesa da funcionária negou que ela tenha realizado a transferência por conta própria. Disse que o procurador do município fez uma solicitação de pagamento diante da decisão da Justiça sobre a ação trabalhista e que essa requisição foi assinada pelo próprio prefeito José Luiz Virginio.

O advogado da Câmara Municipal disse que o pagamento foi realizado em desacordo com a lei, uma vez que a servidora sequer estava inscrita no procedimento de Requisição de Pequeno Valor (RPV), por meio do qual se solicita pagamento de quantias as quais entes públicos são condenados a pagar por meio de processos judiciais. A servidora foi afastada das suas funções após a abertura do processo administrativo

Com G1


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