Tribunal de Justiça de São Paulo mantém condenação de acusado de assaltar bancos em Botucatu
03/01/2023
Tribunal de Justiça de São Paulo mantém condenação de acusado de assaltar bancos em Botucatu

Corte Paulista manteve sentença da juíza titular da 2ª Vara Criminal de Botucatu, Cristina Escher, condenando o réu que prestou auxílio material ao crime e tinha também relação íntima com o alto escalão do grupo   

 

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a condenação de Jefferson de Oliveira Souza a dez anos e seis meses, em regime fechado, por organização criminosa e participação em roubo a uma agência do Banco do Brasil com uso de explosivos em Botucatu em 2020, na noite do dia 29 de julho, por volta das 23h.

A decisão da 9ª Câmara de Direito Criminal da Corte Paulista, que manteve sentença da juíza Cristina Escher, da 2ª Vara da comarca em que o crime foi cometido, foi divulgado pela assessoria de imprensa do Judiciário nesta segunda-feira (2). A decisão foi unânime.

Segundo consta no processo, organização criminosa composta por cerca de 35 pessoas fortemente armadas, e com uso de explosivos, roubou uma agência bancária na região central da cidade.

“As investigações apontaram que o réu prestou auxílio material ao crime e tinha também relação íntima com o alto escalão do grupo”, informou o TJ-SP. “Com ele, foram apreendidos R$ 21.176,00, sendo quatro cédulas com sinais de chamuscamento, além de outras provas que comprovam a participação no planejamento e execução da ação criminosa”, completou o tribunal.

A relatora do recurso à sentença, desembargadora Fátima Gomes, destacou em seu voto que a cidade ficou sitiada e pessoas foram feitas como reféns, além de bloqueios por meio de queima de veículos, com os criminosos “implodindo o cofre central da referida agência bancária, de onde foi subtraída a importância aproximada de R$2 milhões”.

Em relação à participação do réu, a julgadora frisou que “restou demonstrado que o réu atuou de forma estável, coordenada e com divisão de tarefas, possuindo inclusive função de destaque, sendo que o papel de cada membro era bem definido, como evidenciado nas investigações realizadas”.

Também participaram do julgamento os desembargadores Sérgio Coelho e Alcides Malossi Junior.

 

Decisão em primeira instância

Em abril de 2021 foi julgada procedente uma ação penal para condenar cinco pessoas - Jefferson e quatro mulheres - suspeitas de ajudarem na fuga dos criminosos que explodiram uma agência bancária e aterrorizaram os moradores de Botucatu. A decisão da 2ª Vara do Foro Criminal de Botucatu condenou o acusado a uma pena de 10 anos e seis meses de reclusão em regime fechado.

O grupo foi preso no dia 3 de agosto de 2020. Os suspeitos foram parados em uma abordagem de rotina da Polícia Rodoviária no pedágio de Itatinga (SP) e, depois de uma tentativa de fuga, foram abordados novamente em Boituva (SP).

Segundo a polícia, durante a abordagem, um rapaz ainda conseguiu fugir por uma área de mata, mas as outras quatro pessoas acabaram presas por organização criminosa. No carro, os policiais encontraram roupas masculinas e materiais de primeiros socorros.

 

Ataque em Botucatu

O assalto em Botucatu durou cerca de três horas. Os bandidos fizeram moradores reféns e roubaram uma joalheria. A dona da loja acompanhou a ação dos criminosos ao vivo pelo celular.

A troca de tiros intensa foi ouvida de vários pontos da cidade e balas atingiram imóveis em uma das ruas usadas como rota de fuga do bando. Na tentativa de acalmar a população da cidade, um padre fez uma live durante os ataques e pediu proteção.

Dois policiais ficaram feridos durante o confronto na madrugada, mas receberam atendimento médico e ficaram bem. Imagens de circuito de segurança registraram o momento em que um deles foi atingido por tiros.

Pela manhã, em um novo tiroteio entre policiais e criminosos na Rodovia Marechal Rondon, um suspeito ficou ferido após ser baleado enquanto tentava fugir. Ele foi socorrido, mas chegou morto ao hospital. A família do suspeito alegou que ele é inocente e não participava da quadrilha.

Desde o crime, várias pessoas foram presas suspeitas de participação no crime. Em fevereiro de 2021, policiais civis de São Paulo prenderam Carlos Wellington Marques de Jesus, apontado como um dos chefes do bando ao lado do irmão Carlos William Marques de Jesus, que foi preso em 2020 enquanto se preparava para fazer uma cirurgia na capital paulista.

Outro suspeito preso pela polícia foi identificado como Tiago Tadeu Faria, conhecido como Gianechini. A polícia informou que ele é um dos maiores criminosos de roubo a banco no Brasil e há indícios da participação dele em outros ataques semelhantes na região.

Os quatro já foram condenados pelo crime em um julgamento realizado no começo de 2020. Pelos crimes, os réus foram condenados a mais de 50 anos de prisão.

Com G1


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