Faculdade de Medicina completa dois anos da posse da primeira diretoria 100% feminina na história
20/07/2021
Faculdade de Medicina completa dois anos da posse da primeira diretoria 100% feminina na história

Professoras Maria Cristina Pereira Lima (Kika) e Jacqueline Teixeira Caramori (Jacque) chegam à metade do mandato (2019-2023) sob o impacto da pandemia da covid-19, que alterou as rotinas de trabalho, suspendeu aulas, adoeceu pessoas e obrigou a uma reorganização de todo o planejamento da unidade

 

Esta semana completam-se dois anos da posse da primeira diretoria 100% feminina na história de quase 60 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Escolhidas pela comunidade universitária para comandarem uma das principais instituições de ensino do país, a professora associada Maria Cristina Pereira Lima (Kika) e a professora titular Jacqueline Teixeira Caramori (Jacque) chegam à metade do mandato (2019-2023) sob o impacto da pandemia da covid-19, que alterou as rotinas de trabalho, suspendeu aulas, adoeceu pessoas e obrigou a uma reorganização de todo o planejamento da unidade.

 

Em entrevista à Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI) para avaliar e prestar contas sobre as ações executadas no período, as professoras fazem um balanço positivo e projetam os principais desafios a serem vencidos para que os projetos prioritários possam sair do papel.

 

Responsabilidade, o compromisso e a experiência

Quando nos candidatamos, não imaginávamos quanto estes atributos seriam importantes. Desde o início temos buscado trabalhar com gestão participativa. Na verdade, desde a elaboração de nossa proposta de gestão esse trabalho já foi coletivo. Esses princípios estão presentes em cada ato singular. Para exemplificar, quando um servidor nos traz um problema enfrentado em sua área de atuação, buscamos estimulá-lo a apontar caminhos para que possamos, juntos, solucioná-lo. E isto foi essencial, sobretudo, no combate à pandemia da COVID-19.

 

Avaliação dessa primeira metade de jornada

Nossa avaliação é positiva. Estamos finalizando importantes reformas iniciadas na gestão do Prof. Pasqual, como a climatização do Hemocentro e dos Laboratórios de Biologia Molecular e Terapia Celular, a reforma do telhado do prédio da Administração e a instalação do elevador na UNIPEX. Quanto à pandemia, houve um enorme impacto em nossos projetos. Além do desafio de finalizar obras com as restrições impostas, temos emendas parlamentares que não foram pagas ainda, tendo em vista que os recursos estão – acertadamente – sendo direcionados à saúde. Também o Decreto Lei 173, que suspendeu concursos e contratações no estado de SP durante a vigência da Pandemia, postergou concursos que já estavam com inscrições finalizadas. Frente a escassez de recursos humanos - crônica em nossa universidade -, o Decreto Lei pesou ainda mais.

 

Formulação e execução de soluções para o combate à covid-19

Não temos dúvidas que a Instituição sairá muito fortalecida. Para que se tenha uma ideia, nos primeiros dias de março de 2020 organizamos uma discussão sobre o tema na Congregação. No dia seguinte à convocação, a OMS decretou que estávamos em uma Pandemia. Nossa unidade foi a primeira na UNESP a estabelecer um comitê Covis, que prontamente se reuniu para atender ao decreto do Governador Doria que suspendia as aulas no ensino superior. Nossos docentes integram importantes comitês relativos à COVID. Foram os recursos da reserva técnica institucional da FMB que possibilitaram ao laboratório de Biologia Molecular, coordenado pela Professora Rejane Grotto, comprar os insumos necessários à padronização da técnica para identificação do vírus. Isto nos deu agilidade na detecção de casos positivos e com certeza, salvou muitas vidas. Há inúmeros projetos de pesquisa em desenvolvimento e que estão relacionados à COVID-19. E, por fim, foi o professor Carlos Magno que desenvolveu Estudo de Efetividade Vacinal da Oxford AstraZeneca em nosso município, possível graças à ação coordenada do reitor e do prefeito junto ao Ministério da Saúde, Fiocruz, Unifesp e Universidade de Oxford.

 

Principais projetos e ações a serem destacados

Além das obras mencionadas acima, destacam-se a reorganização das atividades em meio à pandemia, com a implantação, a partir de 2019, da reestruturação do Curso de Medicina e o apoio à reestruturação curricular do Curso de Enfermagem. As coordenadoras de Conselho de Curso da Enfermagem, Professora Rubia Alencar e Professora Milena Temer e os coordenadores do Conselho de Curso da Medicina, professor Aristides Palhares e Professora Sumaia Smaira têm atuado de maneira integrada, desde antes da Pandemia.  Na retomada do ensino, conseguimos reorganizar as atividades do terceiro e quarto anos de Enfermagem e do quinto e sexto anos de Medicina, antes mesmo de termos o recurso da vacinação, estabelecendo protocolos de segurança e rastreamento por meio do pool de saliva. Os conselhos de classe, os dois conselhos de curso e o Núcleo de Apoio Pedagógico se reuniram incontáveis vezes para reorganizar a grade e transmutar nossas atividades teóricas presenciais em atividades remotas.  Esse trabalho, imaterial por essência, exigiu um esforço gigantesco de toda a comunidade: estudantes e servidores docentes e técnico administrativos. Com a ampla vacinação, a segurança aumentou, mas ainda nos mantemos vigilantes quanto aos protocolos. Um aspecto fundamental desta retomada é o apoio emocional aos estudantes de graduação que tem sido conduzido pela Comissão de Assuntos Estudantis, coordenada pela Professora Vanessa dos Santos e pelo Serviço de Apoio ao Estudante, coordenado pela Professora Flavia Padovani. Na condução da COREME, Professor Pedro Lourençon e Professora Catia Fonseca estiveram à frente da reorganização dos residentes no apoio a Pandemia, tarefa difícil, na qual todos residentes foram fundamentais e mostraram o papel profissional e social nos atendimentos às vítimas da covid-19. Os profissionais dos programas de Residência Multiprofissional em Saúde continuam a oferecer seus serviços para diversos dispositivos da rede do município: atendimentos ambulatoriais, cuidados a pacientes críticos, ações estratégicas na Atenção Básica foram mantidas, sob coordenação das Professoras Marli Duarte e Milena Temer.

Gostaria de destacar também o trabalho das nossas Unidades de Pesquisa, que reorganizaram as atividades e conseguiram se manter atuantes. A UPECLIN, coordenada pelo Professor Rodrigo Bazan, sedia a esmagadora maioria das pesquisas clínicas relacionadas à COVID-19. A UPESC, sob gestão da Professora Margareth Santini conduz diversos estudos sobre o impacto da pandemia na população e nos trabalhadores. A UNIPEX conseguiu readequar a ocupação dos laboratórios e biotérios e foi possível dar continuidade a parte das pesquisas. A Professora Patrícia Pintor, que coordena a UNIPEX, conseguiu recursos da ordem de quase dois milhões de reais para um projeto de pesquisa em tuberculose que permitirá a estruturação de um laboratório NB3 naquela unidade.

 

Processo de integração entre FMB, HC e Famesp

Avançamos muito e estivemos em ininterrupta conexão FMB, HC e Famesp nesses dois anos. Entre os gestores das instituições há clareza quanto à potência desta integração e conseguimos aprofundá-la para outros níveis da gestão. Com mais de meio milhão de vidas perdidas em nosso país, a Pandemia é uma tragédia, que poderia ser ainda maior se não tivéssemos o SUS. E, para nossas instituições, representou um teste de resistência. Se tivemos algum êxito na condução das ações de combate ao Coronavírus, localmente, foi graças ao apoio do Hospital das Clínicas e da FAMESP, nas pessoas de seus gestores, Professor André Balbi e Professor Antonio Rugolo, lideres incansáveis para sustentar suas respectivas equipes.

A integração extramuros, também incluiu a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde com interface em seus equipamentos, a unidade auxiliar da Unesp foi um exemplo, o Centro de Saúde Escola, CSE, coordenado pelas Professoras Eliana Cyrino e Cátia Fonseca, foi protagonista na condução da COVID 19, desde o diagnóstico até o monitoramento e seguimento das complicações da doença; particularmente na imunização da população foi vital, recrutando voluntários, discentes, servidores e docentes.

Em 2021 a FMB assumiu a presidência da Comissão Local de Permanência Estudantil e o Fórum dos vices diretores dentre outras formas de integração da UNESP, assim viabilizou a inclusão de 2.400 estudantes de graduação matriculados nas quatro unidades do campus de Botucatu para Estudo de Efetividade Vacinal da Oxford AstraZeneca, já mencionado. A ação coordenada pelo CRIE do HC/FMB, com o apoio da Enfermagem, STAEPE e DTS FMB foi uma oportunidade de estreitar ainda mais as parcerias com as demais unidades do campus, criando melhores condições para a retomada do ensino presencial.

Egressos também tem contribuído com a FMB, concluindo doações financeiras e computadores, a primeira se consolida pelo programa “Parceiro Unesp”, em fundo específico para a FMB denominado “Enfrentamento Social da Pandemia” que permite apoiar estudantes com vulnerabilidade financeira e o segundo na proposta “Todos Conectados” que facilita empréstimo de equipamentos para discentes viabilizando o acesso ao ensino remoto.
Todos tivemos que nos reinventar nesta crise e acreditamos que estamos passando no teste.

 

Prioridades voltadas ao atendimento dos compromissos pactuados

As ações elencadas no PDU, em 2017, são um norte para nós. Estamos trabalhando muito para obter os recursos de emendas parlamentares represados pela pandemia, em especial aqueles destinados à construção do prédio da Enfermagem. Este prédio é estratégico no que tange à criação da Faculdade de Enfermagem como unidade autônoma. Também estamos atentos e buscando as reposições de nossos quadros docente e de servidores técnicos administrativos, perdidos ao longo dos anos e agora na pandemia. Estamos elaborando uma proposta de regime de trabalho híbrido que, ao término da pandemia, nos permitirá adotar diferentes estratégias de trabalho, incluindo a possibilidade de trabalho remoto para nossos administrativos, que pode reverter em ganho de saúde mental. Ressaltamos que as ações no combate à pandemia seguirão até que se tenha clareza sobre a diminuição significativa dos riscos.

Progredimos no projeto da Escola de Educação em Saúde, que permitirá melhor divulgação dos cursos já oferecidos pelo Complexo FMB-HCFMB e ampliação das expertises existentes entre nossos servidores. Esta medida visa oferecer formação e informação de qualidade aos profissionais de saúde e público em geral, bem como pode ajudar na fixação de profissionais na região. Já conseguimos estruturar uma série de ações no STAEPE e com a escola ampliaremos também a divulgação dos cursos oferecidos por todo o complexo.

Nosso comprometimento com o Curso de Enfermagem na finalização de sua reestruturação curricular e atentos à implantação do currículo reestruturado na Medicina.

A residência médica e as residências multi e uniprofissional sofreram muito o impacto de suas práticas que foram modificadas pela Pandemia e precisamos construir respostas para minimizar o prejuízo. Não obstante, todos estes residentes foram fundamentais e nos ajudaram muito nos atendimentos às vítimas da covid-19.

Para Unidade Auxiliar a atenção é diversificada, o CSE da Vila Ferroviária precisa ser ampliado e estamos em busca de recursos extraorçamentários para isto; o sub-quadro do CSE precisa de atualizado, pois isto poderá permitir a ampliação dos quadros Unesp no futuro.

Do mesmo modo a carreira de médico na Unesp, assim como de outros profissionais de nível superior, precisa ser valorizada, profissionais importantes no funcionamento da Unesp e que têm hoje suas atuações ainda restritas frente ao potencial que apresentam.

O diálogo com a comunidade também está se ampliando com as modificações em nossa Assessoria de Comunicação e Imprensa.

Outros desafios apresentados pela reitoria, contam com nossa participação na elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) para os próximos cinco anos; mas também no Plano de Ações de Extensão na Unidade, esse pela necessidade de creditação da extensão no ensino de graduação, exigido por legislação federal desde 2018.

Manteremos a atenção ao Comitê Local de Ação Cultural, com incentivo a participação de pessoas interessadas na Arte e Cultura; difundindo iniciativas do Clube de Piano, do Coral Canto e Encanto, do Cordas e Acordes, Intervenções Artísticas que apontem para a diversidades, além de outras como instituir o Clube de Leitura: Literatura e Saúde.

Valorizar e implantar ações sustentáveis com orientação da Comissão de Ética Ambiental e fomentar discussões sobre Direitos Humanos durante a formação acadêmica em todos os níveis.

Apoiar os Núcleos Locais, de Movimento, Inclusão e Saúde (NUMIS) em ações solidárias, compartilhamento de vivências saudáveis e práticas esportivas e o de Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação (NETI) para orientar e apoiar servidores e discentes no desenvolvimento de projetos empreendedores e/ou de inovação.

 

O que a comunidade universitária pode esperar

Muito trabalho, muita dedicação e muita porta aberta para todos e todas, uma característica essencial em qualquer gestão e, particularmente, em uma gestão 100% feminina. Somos muito gratas a nossos diretores de área, parceiros compromissados com a gestão e com cada servidor docente, servidor técnico administrativo, discentes em geral e terceirizados. Desde os nossos primeiros dias temos a clara noção de que somos transitórias em nossos cargos e que a gestão é um misto de maratona com corrida de revezamento. Nos esforçamos para correr tanto quanto possível e passar o bastão da melhor forma para aqueles que virão a seguir.

As ações elencadas no PDU, em 2017, são um norte para nós. Estamos trabalhando muito para obter os recursos de emendas parlamentares represados pela pandemia, em especial aqueles destinados à construção do prédio da Enfermagem. Este prédio é estratégico no que tange à criação da Faculdade de Enfermagem como unidade autônoma. Também estamos atentos e buscando as reposições de nossos quadros docente e de servidores técnicos administrativos, perdidos ao longo dos anos e agora na pandemia. Estamos elaborando uma proposta de regime de trabalho híbrido que, ao término da pandemia, nos permitirá adotar diferentes estratégias de trabalho, incluindo a possibilidade de trabalho remoto para nossos administrativos, que pode reverter em ganho de saúde mental. Ressaltamos que as ações no combate à pandemia seguirão até que se tenha clareza sobre a diminuição significativa dos riscos.

Progredimos no projeto da Escola de Educação em Saúde, que permitirá melhor divulgação dos cursos já oferecidos pelo Complexo FMB-HCFMB e ampliação das expertises existentes entre nossos servidores. Esta medida visa oferecer formação e informação de qualidade aos profissionais de saúde e público em geral, bem como pode ajudar na fixação de profissionais na região. Já conseguimos estruturar uma série de ações no STAEPE e com a escola ampliaremos também a divulgação dos cursos oferecidos por todo o complexo.

Nosso comprometimento com o Curso de Enfermagem na finalização de sua reestruturação curricular e atentos à implantação do currículo reestruturado na Medicina.

A residência médica e as residências multi e uniprofissional sofreram muito o impacto de suas práticas que foram modificadas pela Pandemia e precisamos construir respostas para minimizar o prejuízo. Não obstante, todos estes residentes foram fundamentais e nos ajudaram muito nos atendimentos às vítimas da covid-19.

Para Unidade Auxiliar a atenção é diversificada, o CSE da Vila Ferroviária precisa ser ampliado e estamos em busca de recursos extraorçamentários para isto; o sub-quadro do CSE precisa de atualizado, pois isto poderá permitir a ampliação dos quadros Unesp no futuro.

Do mesmo modo a carreira de médico na Unesp, assim como de outros profissionais de nível superior, precisa ser valorizada, profissionais importantes no funcionamento da Unesp e que têm hoje suas atuações ainda restritas frente ao potencial que apresentam.

O diálogo com a comunidade também está se ampliando com as modificações em nossa Assessoria de Comunicação e Imprensa.

Outros desafios apresentados pela reitoria, contam com nossa participação na elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) para os próximos cinco anos; mas também no Plano de Ações de Extensão na Unidade, esse pela necessidade de creditação da extensão no ensino de graduação, exigido por legislação federal desde 2018.

Manteremos a atenção ao Comitê Local de Ação Cultural, com incentivo a participação de pessoas interessadas na Arte e Cultura; difundindo iniciativas do Clube de Piano, do Coral Canto e Encanto, do Cordas e Acordes, Intervenções Artísticas que apontem para a diversidades, além de outras como instituir o Clube de Leitura: Literatura e Saúde.

Valorizar e implantar ações sustentáveis com orientação da Comissão de Ética Ambiental e fomentar discussões sobre Direitos Humanos durante a formação acadêmica em todos os níveis.

Apoiar os Núcleos Locais, de Movimento, Inclusão e Saúde (NUMIS) em ações solidárias, compartilhamento de vivências saudáveis e práticas esportivas e o de Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação (NETI) para orientar e apoiar servidores e discentes no desenvolvimento de projetos empreendedores e/ou de inovação.


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