Arcebispo de Botucatu divulgou a síntese da fase diocesana do Sínodo 2021-2023
22/06/2022
Arcebispo de Botucatu divulgou a síntese da fase diocesana do Sínodo 2021-2023

O líder da Igreja Católica na região diz haver esforço por parte da arquidiocese para a escuta dos marginalizados e excluídos e acolhimento a homoafetivos são desafios para a Igreja

 

Gesiel Júnior

Especial para o Tribuna de Botucatu

 

Num documento de dez páginas, o arcebispo de Botucatu, dom Maurício Grotto de Camargo, apresentou a síntese da consulta feita aos católicos na fase diocesana do Sínodo sobre a Sinodalidade, convocado pelo papa Francisco e considerado a maior atividade proposta pela Igreja Católica desde o Concílio Vaticano II, ocorrido entre os anos de 1962 e 1965. O evento tem como tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.

Nestes primeiros meses de 2022 houve a chamada consulta sinodal aos leigos que atuam nas paróquias e instituições presentes na Arquidiocese de Botucatu. “A fase diocesana do caminho sinodal não é o fim, é apenas o começo de uma Igreja sinodal”, afirmou o padre José Hergesse, coordenador de Pastoral, responsável pela pesquisa que deu base à síntese divulgada pelo arcebispo, dividida em dez pontos.

“O que muito dificulta o diálogo na Igreja são as fofocas, os mal-entendidos, opiniões e posições pessoais, a não conclusão dos debates e discussões, impedindo que se chegue a um consenso ou a acordo”, observou dom Maurício, que no documento também menciona “a competição egoísta entre os membros das pastorais, além das opiniões individuais que querem se sobrepor à posição da maioria, e, por isso mesmo, a falta de unidade”.

 

Autocríticas

Dentre os resultados obtidos na consulta feita aos católicos, o arcebispo apontou a baixa adesão dos jovens à vida eclesial, observando que eles “nem sempre se comprometem com as atividades paroquiais”, mas observa também faltar “aos agentes de pastoral, em geral, o modo mais apropriado de se aproximar deles e envolvê-los na vida da paróquia”.

O líder da Igreja Católica na região diz haver esforço por parte da arquidiocese para a escuta dos marginalizados e excluídos. “São reconhecidas e valorizadas a presença e solidariedade dos Vicentinos e de outros grupos paroquiais, em especial nos momentos de maior dificuldade ou calamidade, como enchentes, períodos de seca, de frio intenso ou crise econômica”, destaca.

Porém, dom Maurício reconhece a falta de projetos que possam ir além do assistencialismo e que invistam no acolhimento, recuperação da própria dignidade e inclusão das pessoas excluídas para evitar a acomodação. “O grande desafio é a presença das minorias que nem sempre são respeitadas e acolhidas em suas particularidades, como por exemplo as pessoas homoafetivas, que continuam sem um lugar na vida da Igreja”, admite.

O resultado da consulta sinodal será enviado para a fase continental do Sínodo, que começa em setembro. Já a grande assembleia dos bispos está marcada para acontecer em Roma, em outubro de 2023.

 

                                            Confira a síntese da Consulta Sinodal da Arquidiocese de Botucatu 

 

INTRODUÇÃO

A Arquidiocese de Sant ́Ana de Botucatu acolheu com grande satisfação a proposta da Consulta Sinodal estabelecida pelo Papa Francisco. Seguindo as orientações do Documento Preparatório e do  Vade Mecum procurou executar todas as etapas, recolhendo as contribuições de todas as Paróquias e outras Instituições católicas presentes em seu território. Na sequência, a Síntese Arquidiocesana solicitada:

 

ACOMPANHANTES NO CAMINHO

As pessoas batizadas fazem parte da caminhada da Arquidiocese e das Paróquias.  Enquanto batizadas, todos são  Povo de Deus, embora seja grande o número de cristãos que não são atuantes na vida das Paróquias, nas suas Pastorais e Movimentos. O modo de caminhar juntos nas Paróquias se dá por meio da participação nas Pastorais, Movimentos, celebrações Litúrgicas dos Sacramentos, em especial da Eucaristia; nos grupos de Reflexão e de Oração, nos Retiros; seguindo os mandamentos da Igreja, assumindo os compromissos cristãos a partir do meio familiar; seguindo a Palavra de Deus e o Evangelho, vivenciados no dia a dia, em meio às atividades profissionais e expressões culturais; da fidelidade ao Magistério Pontifício e às Diretrizes da Igreja no Brasil, a CNBB. Aqueles que caminham juntos na Igreja Particular são: O Arcebispo, os Padres, Diáconos, Seminaristas, Consagrados, Coordenadores de Pastorais Arquidiocesanos, Regionais e Paroquiais, as Comunidades eclesiais e os fiéis em geral. À margem da vida das Paróquias estão aquelas pessoas que se encontram afastadas da vida pastoral e litúrgica da comunidade; em muitas situações, as pessoas   empobrecidas  material e   espiritualmente, os dependentes químicos e vítimas de outras dependências e vícios; os marginalizados, excluídos e as minorias que não são respeitadas; os que não são ouvidos; aqueles   que   não   têm   fé,   os   batizados   que   não   atuam   ativamente   nas comunidades e casais em segunda união; pessoas que participavam, mas, agora, por um motivo ou outro, não mais participam; também aquelas, que embora não sejam deixadas à margem, por iniciativa própria  acabam se afastando.

 

ESCUTAR

Em parte, os fiéis se sentem ouvidos, mas nem todos se sentem acolhidos; outros sabem ouvir e se sentem ouvidos; outros ainda, com dificuldades em ser   ouvidos e ouvir os demais; no   tocante à escuta, se reconhece a necessidade de ouvir os mais afastados, estimulando-os a falar; por outro lado, há aqueles que preferem se calar e assumir o que lhes é proposto, sem questionar ou estabelecer um diálogo, até mesmo como meio de evitar conflitos.

Quando se trata de opiniões diferentes é preciso aprender a respeitar e, mesmo não concordando em tudo, cultivar a humildade, a empatia e ter paciência; nem todos conseguem acolher, conviver ou trabalhar com a diferença de opiniões; as reuniões, desde que bem conduzidas, são um meio para o exercício do diálogo; muitas vezes as opiniões não são aceitas, por conta dos julgamentos antecipados ou por acolher apenas as opiniões que lhes são agradáveis; como critério de aceitação das opiniões dos outros, muito ajudaria se as pessoas que apresentam suas opiniões fossem pessoas que procurassem viver com autenticidade a vida de fé e a vida em Família e na Comunidade. A contribuição dos fiéis Leigos acontece quando cada um vive de acordo com o seu Carisma e suas habilidades pessoais, seja nas Pastorais, nos Movimentos,  Associações, na Liturgia como no   processo comum de evangelização. Quanto aos Consagrados (as), sua participação na vida da Igreja se dá na dimensão espiritual, como   também na social e na   administrativa.   Em relação ao Clero, os Consagrados (as) são mais ouvidos que os fiéis Leigos; muito colabora na vida da Igreja a presença do Pároco junto aos doentes e eventos paroquiais.

Em relação aos jovens, constata-se sua baixa adesão à vida da Igreja; nem sempre se comprometem com as atividades paroquiais e faltam aos Agentes de Pastoral, em geral, o modo mais apropriado de se aproximar deles e envolvê-los na vida da Paróquia. O esforço por parte da Igreja Particular de Botucatu para a escuta dos marginalizados e excluídos existe, mas poderia ser melhor organizado; são reconhecidas e valorizadas a presença e solidariedade dos Vicentinos e outros grupos  paroquiais, em especial nos momentos de maior dificuldade ou calamidade, como enchentes, períodos de seca, de frio intenso ou crise econômica;   sente-se   a   falta   de   projetos   que   possam   ir   além   do assistencialismo,   investindo   no   acolhimento,   recuperação   da   própria dignidade e inclusão das pessoas excluídas, evitando, assim, a acomodação; grande desafio é a presença das minorias que nem sempre são respeitadas e acolhidas   em   suas   particularidades,   como   por   exemplo   as   pessoas homoafetivas, que continuam sem um lugar na vida da Igreja. Costuma dificultar muito e até   inibir a atitude de escutar, a falta  de abertura, a falta de respeito pela função que o outro exerce, o apego às opiniões próprias, os preconceitos, os Movimentos e Grupos fechados e com ação limitada aos seus membros.

No dia a dia da Paróquia, a escuta por parte do Pároco pode ser bastante prejudicada, seja pelas muitas atividades assumidas, como também pela falta de motivação pessoal no exercício do próprio Ministério sacerdotal.

 

FALAR

Há consenso no sentido que as reuniões dos Conselhos de Administração Paroquial e dos Conselhos de Missão e Pastoral Paroquial, quando bem organizadas e bem conduzidas, muito contribuem com o diálogo; o mesmo, com as reuniões das Pastorais e Movimentos desde que pautadas pela sinceridade e humildade de seus membros, com precisão nas falas. O que muito dificulta o diálogo na Igreja são as fofocas, os mal entendidos, opiniões e posições pessoais, a não conclusão dos debates e discussões, impedindo que se chegue a um consenso ou acordo; a competição egoísta entre os membros; as opiniões   individuais que querem se   sobrepor à posição da maioria, e, por isso mesmo, a falta de unidade.

Aqueles que representam a Comunidade são o Arcebispo, na Arquidiocese e os Párocos nas Paróquias. Os representantes paroquiais são escolhidos pelas Pastorais ou   Movimentos,  ou, então   nomeados pelo Pároco; as Coordenações Arquidiocesanas,   escolhidas pelos seus membros e aprovadas pelo Arcebispo; ou, então, dependendo da situação, nomeadas pelo Arcebispo. A Arquidiocese se relaciona bem   com os meios de comunicação, principalmente no âmbito paroquial, em especial através da Pastoral da Comunicação (PASCOM); os meios de Meios de Comunicação que estão à disposição das Paróquias conseguem alcançar  os fiéis que não podem participar nas  atividades paroquiais, tornando, num certo sentido, a Igreja um pouco  mais próxima e presente em suas vidas;  de grande importância para as Paróquias são as emissoras de rádio locais, que oferecem seus espaços quando solicitados; destaque deve ser dado aos Meios virtuais de Comunicação,   como   ficou   demonstrado   durante   a   pandemia, e que continua, agora, ainda que apresentando dificuldades de manuseio para uma   boa   parte   da   população,   sobretudo   a   mais   idosa,   facilitando   os encontros e atividades pastorais; por outro lado, percebe-se a necessidade de os Meios de Comunicação serem mais ativos e melhor organizados.

 

CELEBRAÇÃO

Nas Paróquias muitos cultivam uma vida espiritual bem alimentada pela Liturgia, de forma que produza frutos no dia a dia da existência, a partir da realidade em que vivem; outros citam as devoções e práticas particulares para alimentar a sua fé, por exemplo, a recitação do Terço, as Novenas, a devoção a Nossa Senhora e aos Santos e a Lectio Divina. A participação nas celebrações litúrgicas tem auxiliado os católicos através dos ensinamentos e pregações homiléticas, pela escuta da Palavra, pela vida de Oração pessoal e a prática de boas ações. A participação na Liturgia tem   sido causa de fortaleza interior   em momentos de dificuldades e sofrimentos.

Quanto à participação nas celebrações litúrgicas, alguns acreditam que a participação efetiva dos fiéis deixa muito a desejar; outros, são de opinião, que embora tenha diminuído o   número de participantes, em   geral, a qualidade da participação tem sido melhor; quanto à   participação da maioria dos fiéis nas atividades pastorais nas Paróquias se faz por meio de convites para determinada Pastoral; o respeito humano, timidez  e, mesmo o comodismo, podem inibir a participação nas celebrações ou atividades pastorais, ou até mesmo na ausência de um maior  comprometimento.Na dimensão de carismas e ministérios, de um lado, encontram-se aqueles que se sentem incentivados, orientados e atuando de acordo com a sua função   nas   celebrações   e   atividades   pastorais   das   Paróquias;   outros acreditam que nem todos se encontram ou se sentem inseridos na vida das Paróquias; fala-se mesmo na necessidade   de um maior  incentivo em relação aos serviços e Ministérios, tais como o Acolitato e o Ministério Extraordinário das Exéquias; faz-se necessário, contudo, reconhecer, por outro lado, a falta  de comprometimento de muitos dos fiéis Leigos com as atividades pastorais; apesar disso, acredita-se na procura pelos católicos afastados, quem sabe, até mesmo, inserindo-os, com o acompanhamento necessário, nas atividades pastorais das Paróquias.

 

PARTILHAR A RESPONSABILIDADE PELA NOSSA MISSÃO COMUM

Como missão comum entende-se a missão dos batizados em levar, antes de tudo, o amor de Deus aos irmãos e irmãs, ajudando-os a seguirem os ensinamentos de Jesus Cristo e anunciar o Evangelho. Constata-se com satisfação que muitos fiéis se sentem comprometidos coma missão de discípulos missionários, cumprindo o mandato de Jesus em evangelizar; outros, afirmam que deve haver um envolvimento e um compromisso ainda maior com o ser discípulo missionário, considerando que uma grande parte dos católicos ainda não se despertou para a missão. 

A missão dos batizados na   sociedade deveria acontecer   através da conscientização de   seu papel como católicos no   mundo, seja com a participação nas doações, como com o testemunho de vida e a participação nos processos de transformação visando superar todo tipo de exclusão, em vista de uma sociedade mais fraterna e solidária;  como parte desse trabalho missionário   alguns   sugerem   a   formação   de   pequenos   grupos   ou comunidades   junto   às   pessoas   mais   simples,   buscando   valorizar   a   fé católica e o anúncio da Boa Nova do Evangelho. Quanto ao apoio da Igreja   Particular  de Botucatu na   missão Igreja-sociedade, existe o trabalho das Pastorais Sociais que procura, respeitando o   específico   de   cada   Grupo,   criar, sob a coordenação da  Caritas Arquidiocesana, um trabalhado sincronizado que possa atender a todas as demandas   ou   desafios   decorrentes   da   atual   realidade   social   marcada fortemente   pelo   empobrecimento   e   exclusão   de   uma   grande   parte   da população.

 

DIÁLOGO NA IGREJA E NA SOCIEDADE

Nas Paróquias o diálogo se faz presente por meio da própria estrutura existente, com os seus templos, as salas, os salões, as atividades esportivas, os Meios de Comunicação Sociais, as reuniões dos Conselhos, de Pastorais e   Movimentos, as Festas dos   Padroeiros e outros eventos   paroquiais. Apesar das diversas dificuldades, constata-se um razoável nível de diálogo e de comunhão entre as Pastorais e Movimentos, num esboço daquilo que seria um trabalho pastoral em conjunto. No diálogo entre Igreja e   Sociedade percebe-se a falta de   critérios funcionais e ausência de prioridades. Por outro lado, não se pode negar, que existem determinadas iniciativas ou decisões que são tomadas em nível local, de acordo com as necessidades que são constatadas; uma iniciativa importante seria a valorização do diálogo entre as Pastorais Sociais e as Secretarias Municipais de Assistência Social; por outro lado, poderia ser priorizado como   parte da formação dos   Catequistas, o estudo do Ensinamento Social da Igreja.

 

ECUMENISMO

No diálogo ecumênico são diversas as posições dos fiéis católicos, que vão desde a posição  daqueles  que acreditam que haja um bom diálogo e respeito mútuo entre as diversas Igrejas ou Comunidades Cristãs, como aposição de outros que afirmam que não há diálogo ecumênico, seja pelas dificuldades em conciliar as diferentes linhas teológicas ou porque não se interessam pelo Ecumenismo, insistindo, apenas, na conversão dos outros para os seus próprios grupos ou comunidades cristãs. Há também outras posições como daqueles que não acreditam ser possível o diálogo ecumênico, até mesmo porque falta a experiência ou a prática de caminhada ecumênica. Por outro lado, a presença daqueles que acreditam que o crescimento em vista de uma caminhada ecumênica madura e mais fecunda, pressupõe o respeito e caridade de uns para com os outros e que os líderes das diversas Igrejas ou Comunidades   Cristãs deveriam iniciar um   diálogo para alinharem os trabalhos e atividades sociais em conjunto, trabalhando temas comuns,   como   políticas   públicas   que   defendam   a   vida   desde   a   sua concepção até o seu desfecho natural e projetos contra o porte de armas. Ou, então, que trabalhem em prol da fraternidade universal, da justiça social e da proteção do planeta.

 

AUTORIDADE E PARTICIPAÇÃO

Quanto aos objetivos das atividades paroquiais, estes quando elencados, às vezes, o são como decisão exclusiva do Pároco, aos quais as Pastorais e Movimentos devem se adequar;    noutras, existe certa participação   no planejamento das atividades, e, noutras ainda, nem sequer são elencadas ou, então, os fiéis Leigos não chegam a tomar conhecimento sobre as decisões tomadas. Quando são elencadas em conjunto, Pároco e Fiéis Leigos, esse trabalho acontece nos   Conselhos Administrativo ou   Pastoral nas reuniões das

Pastorais e Movimentos, em momentos de formação e nas Assembleias paroquiais. Quanto ao governo da Igreja Particular, embora exista o Guia Informativo Arquidiocesano que é atualizado anualmente para a leitura online; ainda que o resumo das reuniões do Colégio de Consultores, do Conselho de Presbíteros e de outros   Conselhos  ou reuniões seja   enviado a todos Arquidiocesanos,   uma grande parte dos fiéis,   quando se fala em Arquidiocese, tem como referência apenas o Arcebispo, desconhecendo as estruturas   arquidiocesanas,   seus   conselhos   e   o   seu   respectivo funcionamento. Por outro lado, e esses são   aqueles  que participam mais de   perto e diretamente das atividades pastorais da Arquidiocese, estão conscientes que o   governo   da   Igreja   Particular   envolve   as   atividades   do   Conselho Arquidiocesano de Administração, o Conselho Arquidiocesano de Missão e Pastoral Ampliado, o Conselho Arquidiocesano de Missão e Pastoral, como órgão   executor, do Conselho   Administrativo Paroquial, do Conselho Missionário de Pastoral Paroquial e conselhos das Comunidades locais. Ao mesmo tempo, esses fiéis mais engajados nas atividades pastorais, afirmam sentirem-se representados nas estruturas governamentais da Igreja Particular, nas quais estão inseridos, ou seja, nas Pastorais, Movimentos. Associações e Organismos Eclesiais. Os instrumentos da Igreja Particular de Botucatu para a sinodalidade são: a Cúria   Arquidiocesana, os diversos   Conselhos acima citados, as Assembleias e Coordenações Arquidiocesanas, Regionais e Paroquiais, os Encontros e Reuniões das Pastorais e Movimentos, as visitas do Arcebispo por ocasião das Crismas, nas Festas dos Padroeiros e em outros momentos específicos.

 

DISCERNIMENTO E DECISÃO

As decisões paroquiais são tomadas ou deveriam ser tomadas, segundo orientação da  Arquidiocese nos  respectivos  conselhos,  pelo Pároco ou através das reuniões das Pastorais e Movimentos. A participação dos fiéis nas  decisões paroquiais e   arquidiocesanas, considerando a caminhada pastoral já realizada pela Arquidiocese, em grande   parte,   caracteriza-se   como   sendo   uma   participação   ativa   e transparente, com os fiéis tomando conhecimento das decisões tomadas.

Acredita-se, no entanto, que se pode melhorar ainda mais a participação nas decisões a serem tomadas e com maior clareza na sua comunicação. Quantos às questões paroquiais, - pastorais, administrativas e econômicas, - onde é significativa a participação dos fiéis Leigos, acredita-se que tudo deve ser realizado com a máxima transparência e comunicação aos demais paroquianos.

 

FORMAR-NOS NA SINODALIDADE

Para caminharmos juntos é preciso, antes de tudo, estarmos fundamentados em Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida; conscientes de que somos seus Discípulos Missionários,   respeitando uns aos outros,   agindo de boa vontade, no diálogo, na paciência, na caridade, na dedicação, na unidade, na humildade, perseverantes no processo da caminhada, comprometidos com a Missão, na fidelidade, na oração constante e na busca de uma profunda comunhão com Deus, que se expressa na doação de si, na escuta silenciosa, na fala respeitosa, no cuidado com aqueles que já participam, na acolhida daqueles que nos procuram e na procura pelos  afastados.

 

CONCLUSÃO

Fazendo nossas as palavras do Documento Preparatório, acreditamos que o processo, num certo sentido, é mais importante do que o resultado obtido!Ainda que o Caminho Sinodal, considerando a história dos últimos anos da Igreja na América Latina e no Caribe, sofrida, mas solidária com seus povos oprimidos e empobrecidos, inspirada e profundamente alicerçada no Evangelho, na Tradição e nos documentos do Concílio Vaticano II, não seja para nós uma novidade, o modo como o projeto de um Caminho Sinodal foi proposto à Igreja inteira pelo Papa Francisco, como constante prática eclesial, não nos deixou de surpreender e, por isso mesmo, conscientes das dificuldades, como Maria de Nazaré, exultamos de alegria e de gratidão a Deus   que na força do Espírito Santo,   continua suscitando Discípulos Missionários de Seu Filho, Jesus   Cristo, Senhor Nosso e Senhor   da História!

 

Dom Mauricio Grotto de Camargo

Arcebispo Metropolitano


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